segunda-feira, 10 de novembro de 2008

"Homens e mulheres adoram Iemanjá e a chamam de mãe, e ela os aceita como filhos. Eles a Chamam de Iemanjá, que na lingüa dos orixás quer dizer Mãe dos Peixes. Ela também é chamada de Odoiá, que é o mesmo que Minha Mãe, Nossa Mãe, ou Nossa Senhora. " (Prandi, 2007, p. 53)

"Houve um tempo que Iemanjá era casada com Oxalá, o Grande Orixá. Ela tinha como missão tomar conta de Oxalá e de sua casa.Mas Iemanjá achava que a missão não lhe dava o prestigio merecido. Cuidar de Oxalá era um encargo honroso, mas para ela isso era pouco, queria uma tarefa grandiosa, em que pudesse usar de poderes que os demais invejassem. Oxalá era o pai de todos os seres humanos, não era? Então, sendo casada com ele, ela era a mãe. Queria honra maior? Ela queria . Queria ser chamada de mãe, sim, mas que fosse por seu próprio mérito, e não por ser casada com o Criador. Enquanto cozinhava para Oxalá, preparava seu banho, alvejava suas túnicas brancas, Iemanjá falava sem parar. Queria tanto fazer alguma coisa de grande, ter uma missão que a tornasse indispensável, estar verdadeiramente à altura de Oxalá, o Grande Orixá.
Tanto falou no ouvido de Oxalá, tanto reclamou que ele enlouqueceu.
E agora? Iemanjá se assustou. O que diriam os outros? em vez de cuidar de Oxalá, ela o fizera adoecer. Certamente seria castigada, nunca teria os poderes que almejava.
Iemanjá tratou de curar a cabeça de Oxalá. Com a ajuda de Exu e Ossaim, que sabia tudo sobre o poder curativo das plantas, Iemanjá preparou banhos e ungüentos para a cabeça de Oxalá, fez oferendas, cuidou para que ele repousasse num ambiente todo branco, limpo e silencioso, rezou. Em pouco tempo Oxalá ficou bom da loucura, sarou.
Olorum gostou do resultado e ordenou que, a partir de então, Iemanjá cuidasse da cabeça de todos os homens e mulheres. Demonstrara ter talento para isso...
...Agora sim. Os humanos sabiam que Iemanjá tinha força para ajudar os loucos, os deprimidos, os de mente fraca... Os humanos dançavam para ela e a chamavam de Mãe das Cabeças, Mãe da Humanidade." (pag.40-43)
Reginaldo Prandi, Contos e Lendas Afro-brasileiros - A Criação do Mundo, Cia das Letras, 2007
Joana Lira, Ilustrações.

Um comentário:

danielandin disse...

Olá, moça! Aqui é a Daniela da oficina de contação da Caixa Cultural!
Tudo bem?
Lindo, teu espaço, viu? Vou voltar, voltar e voltar com certeza!
Vou acrescentar seu endereço eletrônico no meu mailing para trocarmos dicas, tudo bem? E se você tiver alguma espetáculo para recomendar ou for se apresentar em algum lugar, é só me dar um toque.
Vamos nos falando...
d_landin@yahoo.com.br