domingo, 23 de novembro de 2008

Caixa de Histórias

O espetáculo Caixa de Histórias é composto por histórias da tradição oral de vários países e diferentes continentes.

Cada sessão pode ser montada ao sabor das escolhas, ou seja, podemos montar nossa Caixa de Histórias conforme a faixa etária do público, tema do evento ou região de origem dos contos.

É o resultado de uma intensa pesquisa sobre as histórias da tradição oral do mundo e sobre as teias narrativas que as alinhavam.

No espetáculo são utilizadas músicas populares, recursos das artes plásticas e visuais.

As histórias serão postadas toda semana e assim você fica conhecendo nosso repertório e pode escolher quais histórias acharia mais interessante colocar na sua Caixa de Histórias.


Ficha Técnica:

Direção – Patrícia Rodrigues Rocha

Produção artística – Patrícia Rodrigues Rocha e Kelly Pereira

Pesquisa e seleção dos contos - Patrícia Rodrigues Rocha e Kelly Pereira

Narração - Patrícia Rodrigues Rocha e Kelly Pereira

Duração – 45 minutos

Lotação – 30 pessoas

Condições Técnicas – Espaço reservado e iluminação ambiente

Contatos: 11-93602916 ou pati_roc@yahoo.com.br


sexta-feira, 21 de novembro de 2008



Consciência Negra , muitos lugares não foi feriado , muitas pessoas não se questionaram por que era feriado, ou , o que me inquieta mais, acharam que não era preciso um feriado ! (?)
Mas, eu, nas minhas inquietações não comemorei , ou fui ver, ouvir ou sentir as diversas coisas da África-Brasil que se passava por SP. Eu fui estudar! afinal há tanto a pensar , ah tanto a conhecer...
Estava pensando sobre a Primeira Infância, isso faz bastante sentido pra mim. Por que nada mais justo que num dia emblemático ou no mínimo polêmico se pense na primeira infância.
Decido após o seminário que minha meta será pensar mais em como intervir na primeira infância , de quais armas tenho que me munir para isso (?), de que corpo infans estou falando(?) , de quais armas devo munir a infancia para lidar com o mundo (?).
Sinto se os devaneios são muitos...
Mas há questões em minha vida que preciso compartilhar!
A união de desejos é o que quero pra mim , união de coisas gostosas , importantes, inteligentes, isso me faz uma fada (um pouco fada eu diria) , no sentido que que tenho meu desejo como magia e a arte como instrumento.
então para a primeira contribuição com a infância (primeira) pensei num pequeno poema sobre fadas africanas que aqui no brasil usaram suas magias para ninar uma nação:

Num balançar de navio
Veio fadas das mais lindas
fadas guerreiras
fadas princesas
fadas

Num embalar de um sonho
Cantou a fada seu encanto
fadas rainhas
fadas mainhas
fadas


Desculpem o sem jeito do poema , mas acho que o que quero pra mim hoje é relembrar , (re) fazer brotar em mim o que as fadas negras fizeram a muitos; dar cor,dar corpo,dar cantiga, dar aconchego, meigo, nêgo ...


E a todos que ainda têm inquietações sobre por que temos de ter uma consciência negra e uma data para isso, que se lembrem do que são feitos, de que materia cultural , de onde reconhecem as cantigas...

Embala eu, embala eu
Menininha do Gantois
Embala pra lá, embala pra cá
Menininha do Gantois

Oh, dá-me a sua benção
Menininha do Gantois
Livrai-me dos inimigos
Menininha do Gantois

Dá-me a sua proteção
Menininha do Gantois
Guiai os meus passos por onde eu caminhar
Vira os olhos grandes de cima de mim
Pras ondas do mar

Clara Nunes

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

"Homens e mulheres adoram Iemanjá e a chamam de mãe, e ela os aceita como filhos. Eles a Chamam de Iemanjá, que na lingüa dos orixás quer dizer Mãe dos Peixes. Ela também é chamada de Odoiá, que é o mesmo que Minha Mãe, Nossa Mãe, ou Nossa Senhora. " (Prandi, 2007, p. 53)

"Houve um tempo que Iemanjá era casada com Oxalá, o Grande Orixá. Ela tinha como missão tomar conta de Oxalá e de sua casa.Mas Iemanjá achava que a missão não lhe dava o prestigio merecido. Cuidar de Oxalá era um encargo honroso, mas para ela isso era pouco, queria uma tarefa grandiosa, em que pudesse usar de poderes que os demais invejassem. Oxalá era o pai de todos os seres humanos, não era? Então, sendo casada com ele, ela era a mãe. Queria honra maior? Ela queria . Queria ser chamada de mãe, sim, mas que fosse por seu próprio mérito, e não por ser casada com o Criador. Enquanto cozinhava para Oxalá, preparava seu banho, alvejava suas túnicas brancas, Iemanjá falava sem parar. Queria tanto fazer alguma coisa de grande, ter uma missão que a tornasse indispensável, estar verdadeiramente à altura de Oxalá, o Grande Orixá.
Tanto falou no ouvido de Oxalá, tanto reclamou que ele enlouqueceu.
E agora? Iemanjá se assustou. O que diriam os outros? em vez de cuidar de Oxalá, ela o fizera adoecer. Certamente seria castigada, nunca teria os poderes que almejava.
Iemanjá tratou de curar a cabeça de Oxalá. Com a ajuda de Exu e Ossaim, que sabia tudo sobre o poder curativo das plantas, Iemanjá preparou banhos e ungüentos para a cabeça de Oxalá, fez oferendas, cuidou para que ele repousasse num ambiente todo branco, limpo e silencioso, rezou. Em pouco tempo Oxalá ficou bom da loucura, sarou.
Olorum gostou do resultado e ordenou que, a partir de então, Iemanjá cuidasse da cabeça de todos os homens e mulheres. Demonstrara ter talento para isso...
...Agora sim. Os humanos sabiam que Iemanjá tinha força para ajudar os loucos, os deprimidos, os de mente fraca... Os humanos dançavam para ela e a chamavam de Mãe das Cabeças, Mãe da Humanidade." (pag.40-43)
Reginaldo Prandi, Contos e Lendas Afro-brasileiros - A Criação do Mundo, Cia das Letras, 2007
Joana Lira, Ilustrações.

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

Negro é lindo

Hoje reli um conto Tutsi ( de Ruanda) ...
Então me peguei exatamente em cima da montanha com aquele colorido e movimento na face que vislumbra uma paisagem (des)conhecida, e foi como se as palavras me tocassem os ouvidos delicadamente e ao mesmo tempo com muita potência.
Talvez o olhar tão voltado para a África, possa, neste mês, ser uma estranha referência, a final o Dia da Consciência Negra será que se remete àquele continente, àquela terra, àquela gente ??
Bem, como consigo aqui exprimir só sentimentos-pensamentos sem muita razão , penso que a mim faz sentido uma outra referência de negritude que não venha da história a mim passada por cartilhas tortas nos bancos de escola.
Bebo das fontes da África para refletir parte de mim, de minha história, da história da minha família, de meu povo, brasileiro !
Assim, africanamente sigo meu curso com cheiros de ventos e tempestades na terra vermelha, e da sabedoria que jorra nas tetas da África e que bebemos nós daqui do Brasil.


"Às vezes acontece que a Terra tenha teta, que nem uma vaca. Essas tetas são os morros. Também acontece que morram os cachorros e os ratos, mas quando isso ocorre sobram a vaca e o tambor, sobra o morro e, em cima do morro, a choupana em seu cercado." ...
OCAÇADOR MAIS RÁPIDO QUE O LEÃO QUE ENGOLE A TEMPESTADE.
recontado por Yves Pinguilly
Contos e Lendas da África
Editora Cia das Letras.

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

UM MÊS PARA A CONSCIÊNCIA


Destino este mês a ter consciência de minha memória, mesmo que ela não venha de mim, venha de uma terra NO CENTRO DO MUNDO e tenha sido passada a mim por genes e histórias contadas...
Destino o mês a consciência da formação deste povo , meu povo , que se faz todos os dias com o mesmo suor de séculos atrás, com a mesma esperança em luta que séculos atrás...
O mês todo é da ÁFRICA e das ÁFRICAS que aqui vivem em nós.
é debaixo de uma bela e frondosa árvore, como fazia meus avôs e avós lá da África que contarei as histórias que chegaram aqui e fazem-me não esquecer que se não tivesse África na veia não estaria assim , não estaria aqui ...

AXÉ