sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

Festa de Fim de Ano no Bosque Maia em Guarulhos.

No evento de fim de ano realizado pelos serviços de Saúde Mental do Município de Guarulhos teve a HORA DO CONTO ...
da união de duas contadoras de histórias e um músico surgiu um espatáculo de encantar !!!
Da esquerda pra direita : Patrícia Rocha, Evelin Ribeiro e Regis Sabino

segunda-feira, 8 de dezembro de 2008


A ESTRELINHA QUE FICOU

Conto Oriental





O caso que vou narrar, meu amigo, aconteceu há muitos e muitos anos. As estrelinhas do céu resolveram, certa vez, deixar as alturas em que vivem. Deixariam o céu e viriam todas a Terra. “Vamos para a Terra! Vamos para a Terra!" – gritavam com alegria as estrelinhas do céu. – Na Terra há mares, há rios e há florestas! Na terra há frutos, há flores e há perfumes. Vamos todas para a Terra! As estrelinhas falaram ao Anjo da Serena Compaixão. Esse Anjo da Serena Compaixão é que vigia e comanda, por ordem de Deus, todos os astros luminosos do céu. O anjo da Serena Compaixão sabia que as estrelas, que parecem, lá longe no céu , tão pequeninas, são grandes , imensas. E foi , por isso, falar a Deus, o /senhor da Eterna Bondade. “Deus Poderoso, as estrelinhas do céu querem ir para a Terra. Mas são pesadas enormes e cheias de calor. A Terra não poderia conter constelações q povoam o céu. Deus , o Senhor do Mundo, sorriu bondoso e respondeu: Ora, tudo é muito simples . Eu permitirei que as estrelinhas desçam do céu e passem a viver na Terra . sim , irão para a Terra. Mas elas descerão e permanecerão, assim pequeninas , como aparecem lá nas alturas; pequeninas e bem pequeninas. E sempre pequeninas e brilhantes permanecerão na Terra. Houve, neste dia, ao cair da noite, uma chuva maravilhosa de estrelas. No céu ficaram o sol, a lua e um cometa rabugento , de cauda comprida , que não quis descer. Mas as estrelas desceram. Desceram e encheram a Terra. Espalharam –se por toda parte . pelos campos, pelas praias, pelas estradas e pelos jardins. Havia estrelinhas brancas, azuis, verdes, roxas, amarelas. Havia até (vejam só!) uma estrela furta-cor! Que beleza ! Algumas ficaram bem quietinhas, a cintilar, no alto das torres; vieram outras pousar nas fontes, nos repuxos, ou saltitar entre as flores e iluminar os bosques. As mais pequeninas, brincalhonas, apostavam corrida com os vaga-lumes: outras iam devagarzinho assustar os sapos que cochilavam tranqüilos entre as pedras junto das lagoas. Que alegria para as crianças! Que alegria! Mas no fim de poucos dias as estrelinhas começaram a fugir da Terra , aos grupos , aos bandos. Deixaram a Terra e voltavam para o céu. Voltavam a brilhar lá em cima, para além das nuvens, para além da Lua. O anjo da Serena Compaixão ao observar que as estrelinhas voltavam, interrogou-as: “Por que vocês voltaram?” A primeira estrela respondeu: Vi tanta maldade na terra que fiquei triste . muito triste e resolvi voltar para o céu. Outra estrela, sendo interrogada, disse ao Anjo: Na Terra senhor vi egoísmo, vi ingratidão e perfídias! Vi filhos falando grosseiramente com seus pais! Vi fracos perseguidos e espancados pelos fortes. Meu coração ficou abalado. E por isso, e só por isso, resolvi voltar para o céu. e assim todas as estrelinhas, por terem visto maldades na Terra, voltaram ao céu. E cada uma , ao chegar , ia muito quietinha, retomar o seu antigo lugar no meio das constelações. O anjo as contou e percebeu que vinte mil e seis estrelinhas tinham voltado. Estranhou o anjo a conta pois faltava uma estrela para completar o número das que tinham descido a Terra. E as estrelas lhe contaram que a estrelinha verde da esperança, boa e velha companheira, não havia voltado. A estrela verde da Esperança! É por isso , meu amigo , que os homens , todos os homens, nos momentos mais tristes da vida, nos momentos de perigo, de dor ou de aflição, nunca perdem a esperança... É que a estrelinha da esperança, nossa boa amiga, deixou o céu e veio (diz a lenda) viver na Terra e vive, para sempre, no coração dos Homens. Foi a única que ficou ...

domingo, 23 de novembro de 2008

Caixa de Histórias

O espetáculo Caixa de Histórias é composto por histórias da tradição oral de vários países e diferentes continentes.

Cada sessão pode ser montada ao sabor das escolhas, ou seja, podemos montar nossa Caixa de Histórias conforme a faixa etária do público, tema do evento ou região de origem dos contos.

É o resultado de uma intensa pesquisa sobre as histórias da tradição oral do mundo e sobre as teias narrativas que as alinhavam.

No espetáculo são utilizadas músicas populares, recursos das artes plásticas e visuais.

As histórias serão postadas toda semana e assim você fica conhecendo nosso repertório e pode escolher quais histórias acharia mais interessante colocar na sua Caixa de Histórias.


Ficha Técnica:

Direção – Patrícia Rodrigues Rocha

Produção artística – Patrícia Rodrigues Rocha e Kelly Pereira

Pesquisa e seleção dos contos - Patrícia Rodrigues Rocha e Kelly Pereira

Narração - Patrícia Rodrigues Rocha e Kelly Pereira

Duração – 45 minutos

Lotação – 30 pessoas

Condições Técnicas – Espaço reservado e iluminação ambiente

Contatos: 11-93602916 ou pati_roc@yahoo.com.br


sexta-feira, 21 de novembro de 2008



Consciência Negra , muitos lugares não foi feriado , muitas pessoas não se questionaram por que era feriado, ou , o que me inquieta mais, acharam que não era preciso um feriado ! (?)
Mas, eu, nas minhas inquietações não comemorei , ou fui ver, ouvir ou sentir as diversas coisas da África-Brasil que se passava por SP. Eu fui estudar! afinal há tanto a pensar , ah tanto a conhecer...
Estava pensando sobre a Primeira Infância, isso faz bastante sentido pra mim. Por que nada mais justo que num dia emblemático ou no mínimo polêmico se pense na primeira infância.
Decido após o seminário que minha meta será pensar mais em como intervir na primeira infância , de quais armas tenho que me munir para isso (?), de que corpo infans estou falando(?) , de quais armas devo munir a infancia para lidar com o mundo (?).
Sinto se os devaneios são muitos...
Mas há questões em minha vida que preciso compartilhar!
A união de desejos é o que quero pra mim , união de coisas gostosas , importantes, inteligentes, isso me faz uma fada (um pouco fada eu diria) , no sentido que que tenho meu desejo como magia e a arte como instrumento.
então para a primeira contribuição com a infância (primeira) pensei num pequeno poema sobre fadas africanas que aqui no brasil usaram suas magias para ninar uma nação:

Num balançar de navio
Veio fadas das mais lindas
fadas guerreiras
fadas princesas
fadas

Num embalar de um sonho
Cantou a fada seu encanto
fadas rainhas
fadas mainhas
fadas


Desculpem o sem jeito do poema , mas acho que o que quero pra mim hoje é relembrar , (re) fazer brotar em mim o que as fadas negras fizeram a muitos; dar cor,dar corpo,dar cantiga, dar aconchego, meigo, nêgo ...


E a todos que ainda têm inquietações sobre por que temos de ter uma consciência negra e uma data para isso, que se lembrem do que são feitos, de que materia cultural , de onde reconhecem as cantigas...

Embala eu, embala eu
Menininha do Gantois
Embala pra lá, embala pra cá
Menininha do Gantois

Oh, dá-me a sua benção
Menininha do Gantois
Livrai-me dos inimigos
Menininha do Gantois

Dá-me a sua proteção
Menininha do Gantois
Guiai os meus passos por onde eu caminhar
Vira os olhos grandes de cima de mim
Pras ondas do mar

Clara Nunes

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

"Homens e mulheres adoram Iemanjá e a chamam de mãe, e ela os aceita como filhos. Eles a Chamam de Iemanjá, que na lingüa dos orixás quer dizer Mãe dos Peixes. Ela também é chamada de Odoiá, que é o mesmo que Minha Mãe, Nossa Mãe, ou Nossa Senhora. " (Prandi, 2007, p. 53)

"Houve um tempo que Iemanjá era casada com Oxalá, o Grande Orixá. Ela tinha como missão tomar conta de Oxalá e de sua casa.Mas Iemanjá achava que a missão não lhe dava o prestigio merecido. Cuidar de Oxalá era um encargo honroso, mas para ela isso era pouco, queria uma tarefa grandiosa, em que pudesse usar de poderes que os demais invejassem. Oxalá era o pai de todos os seres humanos, não era? Então, sendo casada com ele, ela era a mãe. Queria honra maior? Ela queria . Queria ser chamada de mãe, sim, mas que fosse por seu próprio mérito, e não por ser casada com o Criador. Enquanto cozinhava para Oxalá, preparava seu banho, alvejava suas túnicas brancas, Iemanjá falava sem parar. Queria tanto fazer alguma coisa de grande, ter uma missão que a tornasse indispensável, estar verdadeiramente à altura de Oxalá, o Grande Orixá.
Tanto falou no ouvido de Oxalá, tanto reclamou que ele enlouqueceu.
E agora? Iemanjá se assustou. O que diriam os outros? em vez de cuidar de Oxalá, ela o fizera adoecer. Certamente seria castigada, nunca teria os poderes que almejava.
Iemanjá tratou de curar a cabeça de Oxalá. Com a ajuda de Exu e Ossaim, que sabia tudo sobre o poder curativo das plantas, Iemanjá preparou banhos e ungüentos para a cabeça de Oxalá, fez oferendas, cuidou para que ele repousasse num ambiente todo branco, limpo e silencioso, rezou. Em pouco tempo Oxalá ficou bom da loucura, sarou.
Olorum gostou do resultado e ordenou que, a partir de então, Iemanjá cuidasse da cabeça de todos os homens e mulheres. Demonstrara ter talento para isso...
...Agora sim. Os humanos sabiam que Iemanjá tinha força para ajudar os loucos, os deprimidos, os de mente fraca... Os humanos dançavam para ela e a chamavam de Mãe das Cabeças, Mãe da Humanidade." (pag.40-43)
Reginaldo Prandi, Contos e Lendas Afro-brasileiros - A Criação do Mundo, Cia das Letras, 2007
Joana Lira, Ilustrações.

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

Negro é lindo

Hoje reli um conto Tutsi ( de Ruanda) ...
Então me peguei exatamente em cima da montanha com aquele colorido e movimento na face que vislumbra uma paisagem (des)conhecida, e foi como se as palavras me tocassem os ouvidos delicadamente e ao mesmo tempo com muita potência.
Talvez o olhar tão voltado para a África, possa, neste mês, ser uma estranha referência, a final o Dia da Consciência Negra será que se remete àquele continente, àquela terra, àquela gente ??
Bem, como consigo aqui exprimir só sentimentos-pensamentos sem muita razão , penso que a mim faz sentido uma outra referência de negritude que não venha da história a mim passada por cartilhas tortas nos bancos de escola.
Bebo das fontes da África para refletir parte de mim, de minha história, da história da minha família, de meu povo, brasileiro !
Assim, africanamente sigo meu curso com cheiros de ventos e tempestades na terra vermelha, e da sabedoria que jorra nas tetas da África e que bebemos nós daqui do Brasil.


"Às vezes acontece que a Terra tenha teta, que nem uma vaca. Essas tetas são os morros. Também acontece que morram os cachorros e os ratos, mas quando isso ocorre sobram a vaca e o tambor, sobra o morro e, em cima do morro, a choupana em seu cercado." ...
OCAÇADOR MAIS RÁPIDO QUE O LEÃO QUE ENGOLE A TEMPESTADE.
recontado por Yves Pinguilly
Contos e Lendas da África
Editora Cia das Letras.

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

UM MÊS PARA A CONSCIÊNCIA


Destino este mês a ter consciência de minha memória, mesmo que ela não venha de mim, venha de uma terra NO CENTRO DO MUNDO e tenha sido passada a mim por genes e histórias contadas...
Destino o mês a consciência da formação deste povo , meu povo , que se faz todos os dias com o mesmo suor de séculos atrás, com a mesma esperança em luta que séculos atrás...
O mês todo é da ÁFRICA e das ÁFRICAS que aqui vivem em nós.
é debaixo de uma bela e frondosa árvore, como fazia meus avôs e avós lá da África que contarei as histórias que chegaram aqui e fazem-me não esquecer que se não tivesse África na veia não estaria assim , não estaria aqui ...

AXÉ

sábado, 25 de outubro de 2008

Museu da Pessoa

a riqueza da humanidade ditada por nós !
é essa a lição que tiro do museu da pessoa e suas especiais pesquisas sobre as pessoas e sua memória incrivelmente magnífica de como foram formadas !
Vale muito a pena experimentar este saboroso conhecimento do mundo numa viagem pelas memórias ....

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Espetáculo de Bonecos


Olá a todos,
para o começo deste mês trago uma dica cultural e educativa , que entra na onda de entender e defender nossa casa O PLANETA TERRA.
a dica é o
Espetáculo "Biosfera em Perigo" de Teatro de Fantoches
Grupo Lúdicos & Músicos - Teatro e Educação Ambiental
Tel.: (11) 3964-0271 Cel.: (11) 8537-6662
ludicosemusicos@hotmail.com

Recomendo e tenho dito !

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

O potencial terapêutio das histórias

Ando estudando muito o potencial das histórias como recurso terapêutico.
Afinal minha grande crença é que as histórias curam...
Neste caminho tenho encontrado autores muito interessantes que fazem uma análise de como as histórias, contos de encantamento, da tradição oral e lendas , traduzem a nós os sentidos da vida e nossos sentimentos mais peculiares como seres humanos.
No CAPS i de Guarulhos trabalho com crianças e adolescentes que estão passando por um sofrimento psiquico intenso, e, quando isso ocorre na infância, fase em que a linguagem está sendo incorporada à vida como ferramenta para estar no mundo - e que faz o Humano viver com sentido - , há graves prejuízos.
A arte de contar histórias é, como gosto de pensar, neste momento um veículo de voz e sentido à vida, pois o conatdor de histórias oferece argumentos para elaborar questões inconscientes e para um encontro desta criança com o outro e com o mundo .
Tenho obtido resultados muito importantes, em que a elaboração do sofrimento se torna um tanto possível a partir dos fatos ocorridos no mundo das histórias... " há muitos e muitos anos, num lugar não tão distante daqui..."

Para saber mais :
- A psicanálise dos contos de fadas, Bruno
Bettelheim
- Fadas no Divã - Diana Corso e Mario Corso

quinta-feira, 25 de setembro de 2008

Agora veio a primavera ... e ainda com frio estamos...

Então chegou a primavera ....
e ainda há frioooo....
isso me lembra a história que contei com queridas amigas no encerramento do curso de formação de Contadores de Histórias da Hans Christian Andersen ....

Bom Dia Todas as Cores
da Ruth Rocha

sobre um camaleão que sempre mudava de opinião ...
e adorava a primavera...

Este Tempo anda como o Camaleão ... sempre mudando de opinião ...

Que a Primavera floreie a todos e que vocês possam ficar da cor que acharem a maaaaaaaaiiiiiiiiiiisssssssssss bonita de TODAS

domingo, 7 de setembro de 2008

Primavera


É mês especial!!!
Setembro é o mês da primavera, estação de que mais gosto!
Nasci pouco antes de ser oficializada a estação mais florida do ano, e foi com as flores e seus cheiros, tenho certeza, que recebi as influências para amar a natureza e suas cores.
Pensei em postar uma bela história sobre a primavera, muitas vieram a minha cabeça : lendas como a da Chuva do México, contos contemporâneos como "A Primavera da Lagarta" de Ruth Rocha, um conto de fada de hoje como "Palavras Aladas" de Marina Colassanti .... mas escolhi a Lenda recontada por Walde-Mar Andrade e Silva sobre Cocyaba o primeiro Beija-flor

Os índios do Amazonas acreditam que as almas dos mortos transformam-se em borboletas. É por esse motivo que elas voam de flor em flor, alimentando-se e fortalecendo-se com o mais puro néctar, para suportarem a longa viagem até o céu.
Coacyaba, uma bondosa índia, ficara viúva muito cedo, passando a viver exclusivamente para fazer feliz sua filhinha Guanamby. Todos os dias passeava com a menina pelas Campinas de flores, entre pássaros e borboletas. Dessa forma pretendia aliviar a falta que o esposo lhe fazia. Mesmo assim, angustiada, acabou por falecer.
Guanamby ficou só e seu único consolo era visitar o túmulo da mãe, implorando que esta também a levasse para o céu. De tanta tristeza e solidão, a criança foi enfraquecendo cada vez mais e também morreu. Entretanto, sua alma não se tornou borboleta, ficando aprisionada dentro de uma flor próxima à sepultura da mãe, para assim permanecer ao seu lado.
Enquanto isso, Coacyaba, em forma de borboleta, voava entre as flores, colhendo seu néctar. Ao aproximar-se da flor onde estava Guanamby, ouviu um choro triste, que logo reconheceu. Mas, como frágil borboleta, não teria forças para libertar a filhinha. Pediu, então, ao Deus Tupã que fizesse dela um pássaro veloz e ágil, que pudesse levar a filhas para o céu. Tupã atendeu ao seu pedido, transformando-a num beija-flor, podendo, assim, realizar o seu desejo.
Desde então, quando morre uma criança índia órfã de mãe, sua alma permanece guardada dentro de uma flor, esperando que a mãe, em forma de beija-flor, venha buscá-la, para juntas voarem para o céu, onde estarão eternamente.

segunda-feira, 25 de agosto de 2008

Contando Histórias na Feira Cultural


Foi lá na Feira Cultural da EMEI Coronel José Canavo Figo, eu e a Leila Terra contamos histórias para pequenos e grandes. Foi a primeira vez que contamos juntas e foi muito bommm !!! por isso vamos repetir a façanha logo , eu espero ! rsrs Se você quiser ouvir nossas histórias é só ligar ou mandar um mail... para nós é uma grande alegria distribuir estórias por aí e assim fazer história... contatos : pati_roc@yahoo.com.br 11-93602916

terça-feira, 19 de agosto de 2008

Contos e Lendas de Amor


Esta é a dica para o mês !
Este livro uma co-edição Latino Americana , tem lindas lendas e maravilhosos contos de amor .
Em especial sugiro a narração da tradição oral guatemalteca, O Canto do Caga- Rega.
Para os apaixonados e os que querem estar esta é uma ótima leitura para alimentar os sonhos .

sábado, 9 de agosto de 2008

de Elias José

>Tem Tudo a Ver


A poesia
tem tudo a ver
com tua dor e alegrias,
com as cores, as formas, os cheiros,
os sabores e a música
do mundo.

A poesia
tem tudo a ver
com o sorriso da criança,
o diálogo dos namorados,
as lágrimas diante da morte,
os olhos pedindo pão.

A poesia
tem tudo a ver
com a plumagem, o vôo e o canto,
a veloz acrobacia dos peixes,
as cores todas do arco-íris,
o ritmo dos rios e cachoeiras,
o brilho da lua, do sol e das estrelas,
a explosão em verde, em flores e frutos.

A poesia
— é só abrir os olhos e ver —
tem tudo a ver
com tudo.


Elias José



domingo, 3 de agosto de 2008

Poeminha Quase Platônico


de Dinha

Eu plantei um pé de amor
E nasceu mandacaru
Tão forte, tão belo, tão áspero
Que eu não pude colher frutos...
................................
Mas deu sombra e água fresca.

Entre o Leão e o Unicórnio




de Marina Colasanti



"No meio da noite de núpcias, o rei acordou tocado pela sede. Já ia se levantar, quando junto à cama, do lado da sua recém-esposa, viu deitado um leão.
- Na certa - pensou o rei mais surpreso do que assustado -, estou tendo um pesadelo.
E mudando de posição para interromper o sonho mau, deitou a real cabeça sobre o real travesseiro. Em seguida, adormeceu.
De fato, na manhã seguinte, o leão havia desaparecido sem deixar cheiro ou rastro. e o rei logo esqueceu de tê-lo visto.
Esquecido ficaria, se dali a algum tempo, acordando à noite entre um suspiro e um ronco, não deparasse com ele no mesmo lugar, fulvo e vigilante. Dessa vez, custou mais a adormecer.
Quando a rainha despertou, o rei contou-lhe do estranho visitante noturno que já por duas vezes se apresentava em seu quarto.
- Oh! Senhor meu marido - disse-lhe esta constrangida -, não ousei revelar antes do casamento, mas desde sempre esse leão me acompanha. Mora na porta do meu sono, e não deixa ninguém entrar ou sair. Por isso não tenho sonhos, e minhas noites são escuras e ocas como poço.
Penalizado, o rei perguntou o que poderia fazer para livrá-la de tão cruel carcereiro.
-Quando o leão aparecer - respondeu ela - pegue a espada e corte-lhe as patas.
Naquela mesma noite, antes de deitar, o rei botou ao lado da cama sua espada mais afiada. E assim que abriu os olhos na semi-escuridão, zac! Decepou as patas da fera de um só golpe. Depois, mais sossegado, retomou o sono.
Durante algum tempo dormiu todas as noites até de manhã, sem sobressaltos. Mas numa madrugada quente em os edredons de pluma pareciam pesar sobre seu corpo, acordando todo suado viu que o quarto real estava invadido por dezenas de beija-flores e que um enxame de abelhas se agrupava na cabeceira. Depressa cobriu a cabeça com o lençol, e debaixo daquela espécie de mortalha atravessou as horas que ainda que ainda o separavam do nascer do dia. Só ao perceber o primeiro espreguiçar-se da rainha, emergiu de dentro da cama, contando-lhe da bicharada.
-É que dormindo ao seu lado, meu caro esposo, cada vez mais doces e mais floridos se fazem meus sonhos - explicou ela, sorrindo com ternura.
E ele, desvanecido com tanto amor, pousou-lhe um beijo na testa.
Muitos meses se foram, tranqüilos.
Porém uma noite, tendo jantado mais do que devia à mesa do banquete, o rei acordou em meio ao silêncio. Levantou-se disposto a tomar um pouco de ar no balcão, quando, caracoleando sobre o mármore real do aposento, viu aproximar-se um unicórnio azul.
Não ousou tocar animal tão inexistente. Não ousou voltar para cama. Perplexo, saiu para o terraço, fechou rapidamente as portas envidraçadas, e encolhido num canto esperou que a manhã lhe permitisse interpelar a rainha.
- É a montada da minha imaginação - escusou-se ela. - Leva meus sonho lá onde eu não tenho acesso. Galopa a noite inteira sem que eu tenha controle.
Tão bonito pareceu aquilo ao rei, que na noite seguinte, quer por desejo, quer por acaso, no momento em que a mulher adormeceu, ele acordou. Lá estava o unicórnio com seu chifre de cristal, batendo de leve os cascos, pronto para a partida. Desta vez o rei não temeu. Levou-lhe a mão ao pescoço, alisou o suave azul do pêlo, e de um salto montou.
Unicórnios de sonho não relincham. Aquele levantou a cabeça, sacudiu a crina, e como se pisasse nos caminhos do vento, partiu a galope.
Galoparam a noite toda. Mas antes que o sol nascesse, quando a escuridão apenas começava a derreter-se no horizonte, os cascos mais uma vez pousaram no mármore. E a real cabeça deitou-se no travesseiro.
-Sonhei que vossa majestade fugia com a montada de minha imaginação - disse a rainha ao esposo, de manhã. - Mas estou bem contente em vê-lo agora aqui ao meu lado - acrescentou numa reverência.
O rei, porém, mal conseguia esperar pelo fim do dia. Tão rica e vasta havia sido a viagem, que só desejava montar novamente naquele dorso, e, azul no ar azul, descobrir novos rumos. Pela primeira vez as tarefas da coroa lhe pareceram pesadas, e tediosa a corte. Da rainha, só desejava que, rápido, adormecesse.
E a cada noite, mais diferente ficou.
Já não queria guerrear, nem dançar nos salões. Já não se interessava por caçadas ou tesouros. Trancado sozinho na sala do trono durante horas, pensava e pensava, galopando na lembrança, livre como o unicórnio.
Ressentia-se porém a rainha com aquela ausência. Doente, quase, de tanta desatenção, mandou por fim chamar a mais fiel das suas damas de companhia. E em grande segredo deu-lhes as ordens: deveria esconder-se debaixo da cama real, cuidando para não ser vista. E ali esperar pelo sono da rainha. Tão logo esta adormecesse, veria surgir um leão sem patas. Que não temesse. Pegasse as patas que jaziam decepadas à sua frente, e, com um fio de seda, as costurasse no lugar.
Tendo obtido da moça a promessa de que tudo faria conforme o explicado, deitou-se a rainha logo ao escurecer, pretextando grande cansaço. No que foi imediatamente acompanhada pelo rei.
Custava porém o sono chegar. Virava-se e revirava-se o casal real sobre o colchão, enquanto embaixo a dama de companhia esperava. E de tanto esperar, o sono acabou chegando primeiro para ela que, sem perceber, adormeceu.
Acordou noite alta, quando há muito o unicórnio vindo buscar o seu ginete. Assustada, não querendo faltar com a promessa e ouvindo o ressonar da rainha, rastejou para fora da cama. Lá estava o leão, deitado e imóvel. Lá estavam as patas à sua frente. Rapidamente pegou a agulha enfiada com longo fio de seda, e em pontos bem firmes costurou uma pata. Depois a outra.
Leões de sonho não rugem. Aquele levantou a cabeça, sacudiu a juba e firme sobre as patas retomou a sua tarefa de guardião. Nenhum sonho mais sairia das noites da rainha. Nenhum entraria. Nem mesmo aquele em que um unicórnio azul galopava e galopava, levando no dorso um rei para sempre errante."

segunda-feira, 28 de julho de 2008

Mais novidades


II Encontro Nacional de Contadores de Histórias em Santa Bárbara d'Oeste

Além de ouvir ótimas histórias foi possível conhecer um monte de gente encantada !!!

quarta-feira, 16 de julho de 2008

o que já aconteceu

Finalização do Curso de formação de Contadores de histórias
da Cordenadoria de Bibliotecas da Secretaria de Cultura do Município de São Paulo...
Valeu a pena !!!!

quarta-feira, 25 de junho de 2008

II Encontro Nacional de Contadores de Histórias

Olá a tod@s

Este encontro me parece muito interessante e vou pra lá !!!
espero a tod@S
abraços
http://www.santabarbara.sp.gov.br/v3/eventos/contadoresdehistorias/2008/

terça-feira, 17 de junho de 2008


Então é assim : é chegar, sentar, ouvir e contar !!
Tem história pra todos os gostos e idades...
O CAPS ij RECRIAR fica na R. Octávio Forghieri, 22 - Centro de Guarulhos SP.
Espero vocês lá !!!

quinta-feira, 12 de junho de 2008

A fada da Su


Obrigada Su querida !!!
e espero suas bruxas !!

segunda-feira, 9 de junho de 2008

Ou Isto ou Aquilo



Ou se tem chuva e não se tem sol,

Ou se tem sol e não se tem chuva!

Ou se calça a luva e não se põe o anel;

Ou se põe o anel e não se calça a luva!

Quem sobe nos ares não fica no chão,

Quem fica no chão não sobe nos ares.

É uma grande pena que não se possa

Estar ao mesmo tempo nos dois lugares!

domingo, 8 de junho de 2008

RIQUEZA DE MENINO

Era um tempo em que o mundo todo tinha lugar pra todo mundo.

As diferenças eram as maiores riquezas .

E foi neste tempo, que nasceu um Menino.

Dentre todas as crianças, este Menino era diferente, portanto muitoooo rico!!!

Mas o Menino, tinha um problema, ele vivia preso.

É !!! vivia preso num mundo só seu ; preso em seu mundo-corpo.

Estranho, né??!

Mas era assim: o menino ficava quase todo tempo só, junto com os sons e movimentos de seu corpo, o que vinha de fora desse mundo-corpo ele ou confundia como dele ou mandava pra longe , brigando, gritando , sofrendo.

Aquela coisa de ter um mundo só dele era legal às vezes, ele ficava protegido, ou se sentia assim, mas outras vezes era muito ruim, sofrido mesmo, dava vontade de gritar, de parar, de separar.

Pra completar, junto com as coisas que vinham de fora vinham também uns GIGANTES.

GIGANTES TÃO GIGANTESCOS que o menino morria de medo.

Esses GIGANTES também faziam sons e tinham mãos enormes que tentavam tocar o Menino e pra se proteger ele não os olhava nunca.

Sempre que um GIGANTE aparecia o menino olhava pro nada, assim prum ponto lá longe e se balançava, ou balançava alguma coisa, mas nunca olhava um GIGANTE.

Um dia o Menino entrou numa casa mágica.

A casa tinha muitas cores, muitos brinquedos e coisas penduradas no teto.

Os Gigantes dali olhavam o Menino e procuravam por ele o tempo todo, geralmente para fazer uma coisa esquisita com a boca que eles mesmos diziam que era sorrir.

Os gigantes dali eram mágicos como a casa, então vou chamá-los de fadas e magos.

Aquelas fadas e magos começaram a mostrar para o Menino o nome das coisas e dos outros gigantes, mais que isso, quando o menino ficava nervoso as fadas e magos davam nome pra isso, nomeavam o que ele queria, o que ele sentia, até mesmo o que ele dizia, mesmo parecendo para os não mágicos, que ele não dizia nada.

Aquilo começou a ajudar o menino a se libertar deste mundo-corpo, que agora já era uma parte do mundo e não todo ele.

Ele começou a perceber que as coisas não eram só ele e seu corpo; que as vontades eram dele para um mundo que era mais do que: ele , seu corpo e seu gigante preferido - ah .... devo ter esquecido de mencionar que o Menino tinha um gigante preferido, em quem ele ficava grudado e nem precisava de nada , já que esse gigante era tudo pra ele.

Esse se separar, esse reparar que tinha vontade, obrigou o menino a olhar diferente pro mundo e querer viver.

Assim o sofrimento já não era o mesmo, ficar num mundo-corpo só seu já não era o suficiente e já não fazia sentido.

Esse menino ainda passou por muitas coisas, sofreu de muitos outros jeitos e se entendeu diferente, mas essa era sua GRANDE RIQUEZA diziam os magos, as fadas e todos os gigantes que o encontravam, porque aquele era o tempo em que o mundo todo tinha lugar pra todo mundo.

Fim

Patrícia Rodrigues Rocha

Durante muito tempo fiquei pensando como fazer um blog legal para compartilhar com contadores e ouvintes atentos estórias, literatura e eventos mágicos que enriquecem a alma e dão cor a vida !
bom achei que aqui conseguiria...
vou tentar !
Espero contribuições também ...
a final o que é uma contadora de estórias se não uma ótima ouvinte !!!!!