domingo, 7 de setembro de 2008

Primavera


É mês especial!!!
Setembro é o mês da primavera, estação de que mais gosto!
Nasci pouco antes de ser oficializada a estação mais florida do ano, e foi com as flores e seus cheiros, tenho certeza, que recebi as influências para amar a natureza e suas cores.
Pensei em postar uma bela história sobre a primavera, muitas vieram a minha cabeça : lendas como a da Chuva do México, contos contemporâneos como "A Primavera da Lagarta" de Ruth Rocha, um conto de fada de hoje como "Palavras Aladas" de Marina Colassanti .... mas escolhi a Lenda recontada por Walde-Mar Andrade e Silva sobre Cocyaba o primeiro Beija-flor

Os índios do Amazonas acreditam que as almas dos mortos transformam-se em borboletas. É por esse motivo que elas voam de flor em flor, alimentando-se e fortalecendo-se com o mais puro néctar, para suportarem a longa viagem até o céu.
Coacyaba, uma bondosa índia, ficara viúva muito cedo, passando a viver exclusivamente para fazer feliz sua filhinha Guanamby. Todos os dias passeava com a menina pelas Campinas de flores, entre pássaros e borboletas. Dessa forma pretendia aliviar a falta que o esposo lhe fazia. Mesmo assim, angustiada, acabou por falecer.
Guanamby ficou só e seu único consolo era visitar o túmulo da mãe, implorando que esta também a levasse para o céu. De tanta tristeza e solidão, a criança foi enfraquecendo cada vez mais e também morreu. Entretanto, sua alma não se tornou borboleta, ficando aprisionada dentro de uma flor próxima à sepultura da mãe, para assim permanecer ao seu lado.
Enquanto isso, Coacyaba, em forma de borboleta, voava entre as flores, colhendo seu néctar. Ao aproximar-se da flor onde estava Guanamby, ouviu um choro triste, que logo reconheceu. Mas, como frágil borboleta, não teria forças para libertar a filhinha. Pediu, então, ao Deus Tupã que fizesse dela um pássaro veloz e ágil, que pudesse levar a filhas para o céu. Tupã atendeu ao seu pedido, transformando-a num beija-flor, podendo, assim, realizar o seu desejo.
Desde então, quando morre uma criança índia órfã de mãe, sua alma permanece guardada dentro de uma flor, esperando que a mãe, em forma de beija-flor, venha buscá-la, para juntas voarem para o céu, onde estarão eternamente.

Um comentário:

Débora Kikuti - contadora de histórias disse...

Seu blog é lindo, lindo, lindo!
Eu nasci dia 23 de setembro, dia da Primavera!
Adorava falar isso pros meus amigos, quando ainda era criança.
Aparecerei no Caps; pode me esperar...
Se preferir, escreva-me: deborakikuti@gmail.com
Abração e inté.