quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

rEcReIo NaS fÉRiAs



Hoje participei de mais um recreio nas férias, evento da prefeitura de São Paulo em parceria com o Condomínio Portal dos Bandeirantes ...
contar histórias é muito fácil quando o público é tão inteligente e querido , obrigada crianças
e que os Ibejis estejam lá no céu protegendo cada um de vocês !!!!

domingo, 11 de janeiro de 2009

Olá a todos os contadores e escutadores de histórias
Eventos muito legais vêm ai , o ano tá começando com idéias fervendo na cabeça .... bom , né ?!
Só pra ficarem de olho tem alguns cursos de verão que serão oferecidos no SESC SP , bom dar uma olhadinha !!!
Começarei este ano contações em pontos da cidade ... este mês a partir do próximo domingo tem contação lá no Parque Trianon ... fiquem ligados
as fadas andam soltas, dançando em volta das árvores mais lindas da cidade!
Conto com (e pra) vocês !
abraços

quinta-feira, 1 de janeiro de 2009

Feliz Ano Novo

O que desejo neste ano novo é que as idéias azuis do mundo saiam das salas do sono e coloram o espaço traçando novos horizontes....



Uma Idéia Toda Azul



Um dia o Rei teve uma idéia.
Era a primeira da vida toda, e tão maravilhado ficou com aquela idéia azul, que não quis saber de contar aos ministros. Desceu com ela para o jardim, correu com ela nos gramados, brincou com ela de esconder entre outros pensamentos, encontrando- a sempre com igual alegria, linda idéia dele toda azul.
Brincaram até o Rei adormecer encostado numa árvore.
Foi acordar tateando a coroa e procurando a idéia, para perceber o perigo. Sozinha no seu sono, solta e tão bonita, a idéia poderia ter chamado a atenção de alguém. Bastaria esse alguém pegá-la e levar. É tão fácil roubar uma idéia. Quem jamais saberia que já tinha dono ?
Com a idéia escondida debaixo do manto, o Rei voltou para o castelo. esperou a noite. Quando todos os olhos se fecharam, saiu dos seus aposentos, atravessou salões, desceu escadas, subiu degraus, até chegar ao corredor das Salas do Tempo.
Portas fechadas, e o silêncio.
Que sala escolher?
diante de cada porta o Rei parava, pensava, e seguia adiante. Até chegar à Sala do sono.
Abriu . Na sala acolchoada os pés do Rei afundavam até o tornozelo, o olhar se embaraçava em gazes, cortinas e véu pendurados como teias. Sala de quase escuro, sempre igual. O Rei deitou a idéia adormecida na cama de marfim, baixou o cortinado, saiu e trancou a porta.
a chava prendeu no pescoço em grossa corrente. e nunca mexeu nela.
O tempo correu seus anos. Idéias o Rei não teve mais, nem sentiu falta, tão ocupado estava em governar. Envelhecia sem perceber, diante dos educados espelhos reais que mentiam a verdade. Apenas, sentia-se mais triste e mais só, sem que nunca mais tivesse tido vontade de brincar nos jardins.
Só os ministros viam a velhice do Rei. Quando a cabeça ficou toda branca, disseram-lhe que já podia descansar, e o libertaram do manto.
Posta a coroa sobre a almofada, o Rei logo levou a mão a corrente.
- Ninguém mais se ocupa de mim - dizia atravessando salões e descendo escadas a caminho das Salas do Tempo - ninguém mais me olha. Agora posso buscar minha linda idéia e guardá-la só para mim.
abriu a porta, levantou o cortinado.
Na cama de marfim , a idéia dormia azul como naquele dia.
Como naquele dia, jovem, tão jovem, uma idéia menina. E linda. Mas o Rei não era mais o Rei daquele dia. Entre ele e a idéia estava todo tempo passado lá fora, o tempo todo parado na Sala do Sono. Seus olhos não viam na idéia a mesma graça. Brincar não queria, nem rir. Que fazer com ela? nunca mais saberiam estar juntos como naquele dia.
Sentado na beira da cama o Rei chorou suas duas últimas lágrimas, as que tinha guardado para maior tristeza.
Depois baixou o cortinado, e deixando a idéia adormecida, fechou para sempre a porta.

Marina Colasanti